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É impressionante como estamos vendo a ilegalidade sendo ignorada, até mesmo justificada, em forma de deboche com as mais ridículas justificativas dos senhores do poder, em acinte total à nossa capacidade de ver o óbvio. A desfaçatez se tornou, no entendimento do jornalista Fornazieiri, um método de conduta e de governo, por parte dos senhores políticos, em geral. Parece que as credenciais para se estar em cargo de governo, in casu o federal, passa, necessariamente, pela porta de denúncias de falcatrua e corrupção, e em uma espécie de abraço de afogados, eles agem como se nada do que está vindo à tona representasse alguma coisa.
Dá-nos a impressão de que tudo não passa de bobas traquinagens, pois, dirão alguns: afinal de contas o bip reagiu, a inflação caiu. Remonta-me a uma velha assertiva a gosto do recém-condenado, Paulo Maluf, no tal rouba, mas faz. Ora, ora, nada, absolutamente nada pode servir de esteio, de justificativa a se compatibilizar o exercício de cargo público ao ser desonesto, e se locupletar de favores empresariais ou do erário.
A banalização da desonestidade, da corrupção e da falta de real compromisso com o que o povo confiou e buscou é uma face perversa do mal que assume o comportamento de muitos governantes. A esses nada importa, no que diz respeito à cidadania, a vivência de lutas de um povo e suas reais necessidade e da sociedade, em seu todo.
De outra parte, no evidenciar da falta de compromisso com a sociedade em seu alicerce, estamos vendo por aqui, instituições filantrópicas, prestadoras sérias de serviço social sendo desrespeitadas, desconsideradas, maltratadas, quando, e somente quando, só querem fazer o bem. Infelizmente, se não tiverem um político como seu fundador, tudo se torna quase impossível de acontecer. É tudo difícil, uma luta sem tréguas. Este nosso país precisa realmente de vergonha. Urgente, urgentíssimo. O Brasil não tem dono, mas é de todos nós, seu povo.
* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.
