Oque está acontecendo coma nossa humanidade? Esse questionamento está presente em todas as mesas que discutem os processos civilizatórios da contemporaneidade. Temos a impressão de que nada mais sensibiliza as pessoas, em geral. Estamos diante dessas milhares de mortes na Faixa de Gaza, Ucrânia e as pessoas começam a normalizar. Foi divulgado, recentemente, que uma mulher médica palestina perdeu nove filhos, dos seus dez. Idem diante de tudo mais que vemos, inclusive, perto de nós. Infelizmente, no entanto, o que se verifica é que, ao meu seu sentir, os valores humanos foram apropriados ou desapropriados por ideologias políticas, lamentavelmente. Por exemplo: os compromissos de ajuda aos menos favorecidos, buscando não apenas a implementação de políticas públicas, mas o atender ali na ponta da rua, literalmente, ou se posicionar contra armamentos, escalada de violência policial, tudo isto sempre foi ação cristã, neste trabalho social de pessoas isoladas ou de instituições religiosas, privadas. Agora vemos uma discussão poliqueira
desses valores de concepção cristã, questões humanitárias, de minorias sendo atacados como coisas de comunistas. Os defensores são, muitas vezes, agredidos verbalmente, desrespeitados, mas esses trabalhos são humanísticos cristãos. O que está havendo?
O ser humano, ao que parece, está substituindo a vida real por valores e vivências virtuais sombrias. Deixou-se de ter uma vida mais social em comunidade, para substituir pelo isolamento das novas relações interpessoais sem compromisso com o coletivo, mas agregado a bolhas. O indivíduo está, afirmam estudiosos do comportamento, com menos aptidão social, razão que faculta, assim, a indiferença com o real humano. É possível que a desumanização implique em negar a humanidade aos outros, salvo se pensar como grupos.
Estamos esterilizando as emoções que sensibilizam a alma para as carências e necessidades do outro, esquecendo-nos, no entanto, que as emoções ocupam o nosso funcionamento mental. Somos animais emocionais e racionais. Sabemos o sentido de amor, perda, sofrimento, mas, ao que parece, estamos querendo nos robotizar de todas as formas, principalmente com o autoengano de sermos.
O mundo emotivo de cada pessoa, com o decorrer da vida, vai assumindo tons próprios, em razão das experiências, vivências, mas quando esta emoção é talhada para odiar, ignorar, sobrepor... sem dúvida é caminho para a descivilização. Muitos escanteiam a sua própria humanidade, mas buscam exaltar ações cristãs, porém tudo com uma tinta fosca, sem brilho de um cristianismo de marketing. Clamam a Deus, a Jesus por palavras e até por fé, mas as obras são mortas. O mundo está esquisito.
José Medrado possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da Doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops, escreve para o BNEWS e o jornal atarde.