O Comitê Interreligioso da Bahia (CIRB) foi lançado, nesta sexta-feira (06/11/2015), durante coletiva de imprensa realizada na Cidade da Luz. Durante o evento, líderes religiosos do espiritismo, umbanda, candomblé, Igreja Anglicana e da Religião de Deus do Espírito Santo apresentaram as estratégias de atuação para coibir a prática de intolerância religiosa na Bahia, através do Comitê, que será um canal aberto para o diálogo entre as entidades e de denúncia para sociedade civil.
A proposta é que, a cada 15 dias, os integrantes se reúnam para discutir a questão - cada encontro será promovido em uma sede religiosa. O próximo vai ser no dia 14 de novembro, no Templo Cacique Pena Branca, no Caji, Lauro de Freitas, a partir das 10h - aberto ao público.
Presidente da comissão, o padre Alfredo Dorea, da Instituição Beneficente Conceição Macêdo (IBCM), explica que qualquer pessoa pode integrar o grupo, basta querer agregar conhecimento e ter "boa vontade" para promover diálogos.
Estava presente Ailton Ferreira, representando a Secretaria Estadual da Promoção da Igualdade Racial.
Iniciativa
Ele conta que o comitê surgiu a partir da união de líderes religiosos que se encontravam, eventualmente, em trabalhos beneficentes e decidiram se unir em prol da causa. Atualmente, fazem parte da comissão, o Pastor Djalma Torres; Mãe Jaciara Ribeiro da Abassa de Ogum; Mãe Daya Dias, Leonardo Lima e Caio Novais de Brito Cunha, do Templo Cacique Pena Branca; Pai Raimundo, do Centro Umbandista Paz e Justiça Dr. Geraldo Ramos e espírita José Medrado e o padre Alfredo.
O líder espírita José Medrado, fundador e presidente da Cidade da Luz, explicou que o comitê também quer incentivar as denúncias de intolerância religiosa, com o objetivo de intensificar essa discussão na sociedade. Segundo ele, além das reuniões quinzenais, a comissão tem estudado formas de utilizar o serviço jurídico nas questões levantadas e nas denúncias efetuadas.
Para Medrado, a palavra tolerância, no que diz respeito à religião, deveria ser substituída por respeito. "O grande problema do ser humano é a vivência de uma religião como se fosse um clube de futebol ou um partido político, para competir verdades. No momento que o homem deixar de querer competir verdades e se agregar no que se converge - a fé, o amor, a caridade -, eu tenho certeza que essas questões menores, ideológicas e doutrinárias, se diluirão, para emergir o que é realmente um processo de religiosidade", defende.