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Estátua incendiada

Formou-se neste último fim de semana uma discussão acalorada pelas redes sociais acerca do fogo ateado na estátua de Borba Gato, bandeirante paulista, acusado de genocídio de mais de trezentos mil índios, bem como tentativa de escravizar outros tantos milhares. Fato. A historiografia brasileira tem reavaliado o papel dos bandeirantes, pois um dos objetivos dessas expedições era a verdadeira caçada a esse povo originário do Brasil, com aldeias inteiras destruídas. Borba Gato, além de ter uma estátua no Museu Paulista, conta com um grande monumento de 10 metros de altura e 20 toneladas no bairro de Santo Amaro. Inaugurada em 1963, de autoria de Júlio Guerra, que foi incendiada. Em 2008, um grupo de moradores da cidade questionou o valor da homenagem a um homem criminoso e defendeu eliminar o monumento. Não conseguiu. Novamente, em 2020, o monumento foi pichado, pois muitos consideram que uma pessoa que causou tanto sofrimento aos indígenas não merece estar em via pública. O fato é que em reflexão sobre a nossa história, vamos ver que a ignorância quanto aos verdadeiros heróis brasileiros está em galerias fabricadas, escondida nas páginas não contadas com fidedignidade dos fatos. Mas fica o questionamento se, efetivamente, temos o poder de apagar o que aconteceu, destruindo monumentos que tinham em seu tempo de inauguração uma interpretação, ainda que enviesada, mas preponderante? Será que é possível revisar a história apenas apagando as suas lembranças? Ou fazer conhecer o real pano de fundo dessas histórias? O que seria intelectualmente mais honesto? É fato que quando se trata de negação de crimes contra a humanidade, funciona como uma espécie de apagamento das vítimas, um desdém pelos seus sofrimentos, desprezando os fatos em aceitação de achismos. Talvez esses bons movimentos revisionistas deveriam buscar aclarar as histórias contadas em escolas e afins. Isso tem acontecido timidamente, por exemplo: a partir dos anos 2000, houve pequenos avanços no sistema de ensino, com a criação das leis 10.639/03 e 11.645/08, que obrigam o ensino da história africana, afro-brasileira e indígena no Brasil. Porém foi apenas em 2018 que a Justiça decidiu verificar o cumprimento das mesmas, depois de denúncias do movimento negro. É um caminho a se buscar. Historiadores têm dito, por exemplo, que Pedro Álvares Cabral não descobriu o Brasil. Ele invadiu o território: aqui já havia uma civilização. Os africanos não vieram para cá, foram sequestrados e vendidos. Precisamos atualizar as reflexões dos nossos processos como nação e ampliar o conhecimento com as comprovações das abordagens. Possivelmente, não seja o caso de apagar a história, mas de contá-la com precisão.

José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

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