Há muito sabemos que o Brasil é o país da impunidade, a certeza de que os poderosos políticos e os endinheirados não respondem por seus crimes, ou melhor, respondem em um faz de contas, mas que, efetivamente, nada acontece, é uma realidade. Não podemos, no entanto, desconsiderar que está havendo uma mudança dessa situação, pois servidores públicos cônscios de sua função social têm feito muitos pretensos “donos” do nosso país temerem estes ventos reestruturantes da aplicação da justiça. Claro, muito ainda temos que alcançar. Vemos, por exemplo, um medo enorme de agentes políticos,, lutando pelo tal foro privilegiado, a fim de não ficarem emaranhados nas mãos de juízes de primeira instância, acreditando que nos Tribunais Superiores as coisas são mais tranquilas. Ops! Como assim? Por que seriam, as leis não são as mesmas? Em verdade sabemos os motivos.
Dito isso, arrisco a dizer que a sociedade brasileira assiste agora uma mudança. Não é mais a impunidade pura e simples, mas está criando a cultura do você pode cometer um crime (em verdade já pode, se você atropela alguém e matar), falo principalmente se for político, pois o mal feito, o ato criminoso não significa nada que não se possa ajustar, a depender dos interesses, do poder dos envolvidos. É assim que estamos vendo no governo federal. Temer cometeu crime, sim, pois ainda que algum trecho da gravação tenha sido cortado, editado...há um registro claro que ele estimula a compra de agentes públicos, juiz e procurador. Não há dúvidas sobre isso.
O deputado Rocha Loures assume que estava com uma mala cheia de dinheiro de propina, de tal forma que completa valores que faltavam na devolução da famigerada. E nada acontece. Seus aliados não falam nada, não pedem coisa alguma....E ele é suplente, está no lugar do substituído ministro da justiça. O presidente muda ministro, por interesses que podem não ser ditos...e assim eles vão... Pois é, e poderia elencar por aqui nomes e mais nomes, de todos os lados e partidos, mas se cria um movimento de um tal tudo eles podem, se têm poder político, partidário e dinheiro. E nós aqui na planície vamos, ainda bem e que assim sempre seja, cumprindo com as nossas obrigações e deveres civis. Povo, povo, reveja os critérios de seus votos.
* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.