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09h20

Banalidade do mal

A todo instante estamos vendo agressões de toda natureza invadindo nossas informações. São policiais truculentos, são misérias sendo desconsideradas, são ataques em redes sociais de forma cruel e sem limites, por todos os lados estamos nos dando conta como o ser humano está violento, sem prurido de sensatez, sem constrangimento ideológico ou de qualquer outra natureza. Há os ataques diretos, ostensivos e há aqueles minadores do valor científico histórico, como, por exemplo, contra a vacina, inclusive de crianças. É também uma violência. Em seu livro O mal no pensamento moderno – Uma história alternativa da Filosofia, a estudiosa Susan Neiman faz um interessante levantamento filosófico, em uma espécie de confronto, entre as questões, os conceitos do mal e os dias atuais. Aponta que até o século XVIII a questão conceitual do mal era tratada do ponto de vista teológico, das religiões, buscando visualizá-lo a partir deste ângulo. Porém, a partir da Segunda Guerra Mundial, com o Holocausto Nazista, a reflexão sobre o mal toma um rumo totalmente novo. A definição do mal passou a ser uma problemática aparentemente sem solução. A escritora judia Hannah Arendt, em sua obra Eichmann em Jerusalém, descreve o julgamento do nazista Adolf Eichmann, buscando entender o que o levou a cometer tantas atrocidades durante o holocausto. Ele era o responsável pela “logística” de transportar os judeus aos campos de concentração para o extermínio. Em suas considerações, que levou a comunidade judia a lhe fazer reservas, ela conclui que o mal pode ser algo comum, pode estar na mais medíocre criatura. Ele era o mais comum dos homens, educado, inteligente e, o mais intrigante, afirmava que particularmente não era antissemita; era apenas um cidadão cumpridor das leis. Penso que aí vemos a explicação para pessoas ditas comuns estarem em uma onda de tanta virulência moral, violência, justificando os seus atos, métodos em defesa, muitas vezes, do que não se tem nem ideia de consequência. Há no mundo, de um modo geral, esta onda de intolerância, ódio e quebra de padrões sociais absurda. Em suas palavras, a pensadora acentua: “O problema com Eichmann era exatamente que muitos eram como ele, e muitos não eram nem pervertidos, nem sádicos, mas eram e ainda são terríveleassustadoramente normais. Do ponto de vista de nossas instituições e de nossos padrões morais de julgamento, essa normalidade era muito mais apavorante do que todas as atrocidades juntas, pois implicava que […] esse era um novo tipo de criminoso, efetivamente hostis generis humani, que comete seus crimes em circunstâncias que tornam praticamente impossível para ele saber ou sentir que está agindo de modo errado”.

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