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Banalização de tudo

Hannah Arendt, pensadora alemã, criou a expressão banalidade do mal, em seu livro Eichmann em Jerusalém, cujo subtítulo é “um relato sobre a banalidade do mal”, não guardava a ideia que no Brasil do século XXI, banalizar-se-ia tudo. Vemos que as redes sociais criaram uma espécie de democratização da informação, onde tudo é dito, sabido instantaneamente, porém se neste aspecto há grandes vantagens, vimos, por outro lado, também, o crescimento do “direito” da falta de informação. Há nas pessoas um imediatismo de consumo de informações, sem respeito, ou o mínimo de cuidado, na produção de real conhecimento. É um vale tudo para a preponderância das tais “narrativas”, não importando questões éticas. Criam-se mentiras para reafirmarem mentiras. Nesse processo de banalização de tudo, ou seja, tornar algo sem importância, vulgarizar, como estratégia para destruir o poder de um fato real, de uma verdade, até mesmo de uma ideia. Dessa forma, começa a se tornar verdade o princípio do ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, entre 1933 e 1945, Paul Joseph Goebbels, quando afirmava que “uma mentira repetida mil vezes, torna-se verdade”. As polarizações, inclusive, políticas, geraram campos propícios ao processo de anulação do sentimento crítico de avaliação, fazendo prevalecer o raciocínio afetivo, não o racional. E assim, por outro lado, cresce uma onda de hipocrisia social, escudada nos chamados “valores de família e cristãos”, em enganosa tentativa nostálgica de se voltar ao passado. Ele não volta, mesmo sabendo que existe por parte de muitos estudiosos a teoria da História Cíclica, onde afirma que as forças humanas mais relevantes acabam motivando a ação das pessoas a seguir uma ciclicidade. Essas forças são mais notadas na religião e na política, onde se vêm tentativas de repetição de fatos. A falha, no entanto, entendo, dessa teoria, é a dinâmica da própria vida, da sociedade, que pode até ser manipulada por desinformação por um tempo, mas não para o tempo todo. “É possível enganar algumas pessoas todo o tempo; é também possível enganar todas as pessoas por algum tempo; o que não é possível é enganar todas as pessoas todo o tempo” (Abraham Lincoln). Essa banalização de tudo tem gerado uma “normalização” preocupante do que deve ser rechaçado e não está, porque se privilegia as tais narrativas, falácias e mentiras. Vejamos: o senador da cueca afirma que o dinheiro foi o impulso de guardar o pagamento de seus funcionários e parte de seus pares aceita. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública afirma que a cada oito minutos uma pessoa é estuprada no Brasil, e que 28% delas estão na faixa etária entre os 10 e 13 anos. Não vemos indignação quase nenhuma. É disso que eu falo.

José Medrado Mestre em família pela Ucsal e fundador da Cidade da Luz

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