Vi aqui, na última quarta-feira (22), que a cantora Anitta se envolveu em mais uma polêmica, quando publicou em seu perfil oficial do Instagram uma série de fotos sensuais com o amigo e também cantor Nego do Borel. O povo se desesperou, em comentários críticos porque o parceiro das fotos é noivo e ela amiga da moça, Duda Reis. Agora, você, caro leitor, irá dizer: - Mas que bobagem é essa, que você está abordando? Essa moça gosta de fazer marketing pessoal...e tantos outros pensamentos neste sentido, o que estarão certos, se o meu interesse fosse ela e o rapaz, mas, sim, a reação, os comentários contra a cantora, em contínuo questionamento dela “expondo” a amiga.
Ora, ora, mais uma vez vemos o machismo explícito, e o pior, por parte, na grande maioria, das mulheres. Claro que sim. Se não, reflitamos: Quem deveria proteger,preocupar-se com a moça Duda Reis? AAnitta ou quem supostamente tem um compromisso com a moça?
Vemos ainda prevalecer o entendimento de que a mulher supostamente traidora, “destruidora de relacionamentos” é sempre a ré no tal tribunalda moral e dos bons costumes. Mas por que será que os maridos ou os namorados infiéis, quando for o caso,poucas vezes são responsabilizados? Parece que os homens que traem são legitimados por terem os seus “casinhos”. Existe uma ideia de que os homens “são assim mesmo” e as sem-vergonhas (as outras) são sedutoras impiedosas que não consideram as iguais.
O sociólogo UFRGS Renato de Oliveira afirma que, ainda,a não culpabilização masculina é herança de nosso passado, resquícios ideológicos de uma organização social patrimonialista que vem do Brasil colônia. Naquela época, a sociedade era fundamentada sobre relações de poder patriarcais com foco no homem chefe de família e único detentor das liberdades, criou-se uma cultura internalizada e não revisada, não questionada, em geral, uma espécie de naturalização.
Todavia, a professora Mirian Goldenberg, antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora do livro Por que homens e mulheres traem?,afirma que mesmo com as mulheres apresentando comportamentos mais independentes e autônomos, na nossa cultura, o marido ainda é uma espécie de riqueza. Ele é valorizado e disputado. Todavia, isso está mudando, pois se olharmos, na prática, as mulheres têm pedidomais o divórcio, cerca de 70%, indicando que elas não estão tolerantes como eram no passado. Assim, vocês se liguem aí, viu?
José Medrado Líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.