Ao que temos visto de forma recorrente nas redes sociais, certos nichos parecem não conhecer limites para a mentira e para a desconstrução de valores sociais e coletivos. Criou-se, de fato, uma verdadeira usina de falsidades, voltada especialmente para a fragilização das instituições democráticas — um vale-tudo para a conquista e ou manutenção do poder.
O bombardeio constante é tão intenso que pessoas de bem já não conseguem reagir. Amalgamadas, consciente ou inconscientemente, nessa teia de distorções, sentem que não há mais o que fazer. Não há espaço para o contraditório, pois não se publicam fatos para debate, mas sim mentiras com o único intuito de prevalecer. Não raramente, essas mentiras vêm acompanhadas de uma violência velada ou, ao menos, de uma grosseria intimidadora — tudo para que não haja reação. Estamos diante do que Hannah Arendt classificou como a "banalidade do mal".
A essa banalização se somam outras, como a da injustiça social. Juntas, formam uma massa contaminada, alimentada e potencializada por uma avalanche constante de mentiras cada vez mais sofisticadas, que servem de “suporte” ao núcleo principal da manipulação. O nível de degradação subjetiva — onde a mentira se apresenta como verdade — chega a tal ponto que os parâmetros da integridade se perdem, como se estivéssemos em uma versão às avessas de Alice no País das Maravilhas. As consequências deixam de importar. As dores que as mentiras podem causar são ignoradas. Só importa o objetivo final. Em última instância, é a banalização da dor e do sofrimento.
Não é mais tempo de neutralidade. O silêncio diante da mentira é cumplicidade. A indiferença diante da injustiça é parte do próprio mal. Quem tem consciência não pode mais se omitir. É preciso romper com a passividade, expor a farsa, denunciar o falso moralismo e enfrentar, com coragem, essa cultura de manipulação que corrói o tecido da convivência humana. Não se trata apenas de preservar a democracia — trata-se de defender a dignidade, a verdade e a própria sociedade em seu contexto civilizatório.
José Medrado possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da Doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops, escreve para o BNEWS e o jornal atarde.