A cada dia que passa, mais e mais o mundo político nos sinaliza com a certeza de que este é um país onde eles brincam de faz de conta, ou talvez eles sejam assim mesmo, em sua maioria, dados ao deboche puro e simples. Como se não bastasse a cada semana um escândalo ou aprofundamento dos já existentes, e uma corte de defensores querendo justificar o injustificável, vociferar inocência, no que deveria ser uma mea culpa. Sem falar nas mirabolantes ações que inventam.
No último dia 13, por exemplo, o senhor ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou, vejam que pérola: que a pasta estuda um acordo para tentar retirar a oferta de refil de refrigerantes em redes de fast-food. E ameaça: caso o acordo com as redes não seja acatado, o governo poderá enviar um projeto de lei ao Congresso para que seja proibido tal refil. Segundo ainda o senhor ministro, há mais de mil lojas de comida rápida que permitem que o cliente recarregue os copos de refrigerante, gratuitamente, o que tem aumentado em 35% o consumo de refrigerante por pessoa. Essa ideia genial é para evitar o avanço da obesidade no Brasil.
Mas, ora veja, no lugar de desenvolver campanhas educativas, buscar formas de melhorar o sistema de saúde, em seu todo, o senhor Barros quer proibir o refil de refrigerante. Hilário. Em que mundo este senhor vive? É certo, realmente, que tem aumentado, e muito, a obesidade no Brasil, em especial nas crianças, sem falar o avanço do diabetes, mas daí proibir...
Se é para proibir, vamos lá: que tal o ministro proibir o uso do cigarro no Brasil. Todos sabemos dos males que ele provoca. Relatório preparado pela organização de controle do tabagismo - Campanha Crianças Livres do Tabaco (CTFK) lançado em 2014 aqui no Brasil-, mostra que os cigarros estão mais viciantes e perigosos. O relatório, feito a partir da análise de pesquisas científicas e de documentos fornecidos pela indústria do tabaco, afirma ser mais fácil se tornar dependente de cigarro do que de cocaína e de heroína, pois nos últimos 50 anos o produto passou a apresentar um teor maior de nicotina e tivera amônia e açúcares incluídos em sua fórmula.
Certamente, isso não interessará ao ministro. Vai mexer com a toda poderosa indústria tabagista? Mas proibir refil de refrigerante, sim. Não é fantástico? Esse governo é de bate-cabeças, sem falar, claro, no todo o mais.
* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.