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14h20

Mentir, mentir...

O pesquisador Daniel Martins de Barros, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (IPq-HC), autor de diversos livros sobre comportamento humano, afirma, de forma categórica, que “com a maior desfaçatez políticos comparecem à cena pública descaradamente mentindo. Por que, se todos sabem que não é verdade? Simples: porque funciona.”.

Exatamente assim, não faz muito, semana passada, ACM Neto veio em vídeo público afirmar que” eu acho um absurdo que nesse momento se esteja tratando de políticos, de eleições de 2022. A hora agora não é para isso,a hora agora é para que todos nós tenhamos responsabilidade, juízo...”. Oxe, oxe, mas o que ele fazia em Brasília, durante o processo de eleição da presidência da Câmara Federal? Qual o político não pensa em si, em sua próxima eleição? Tão elementar, mas como disse o professor Martins de Barro: funciona. Se mentir não funcionasse, raros políticos seriam reeleitos e mais...eles não se atreveriam, em dias de redes sociais, a gravação de áudios, vídeos a dar versões falsas, mentirosas...e por aí vai...de suas ações ou inações. 

Ao longo dos séculos, diversos filósofos analisaram a mentira e seus meandros. O holandês Hugo Grotius, século XVII considerava a mentira uma agressão aos direitos dos outros. Mas dizia ser aceitável uma inverdade proclamada  em nome de um bem maior. Mas qual político que não acha isso, no caso sua grande ação em benefício do povo? O velho e bom povo, que vai por aqui, por ali em sua boa-fé.

A ciência nos fala que temos uma  memória coletiva, sujeita a distorção com o adendo da memória individual, nascida dos ajustes por sentimentos incômodos do ser humano, e muitos estudiosos do conhecimento humanos afirmam que os políticos sabem disso, e tentam a todo custo se aproveitar dessa falha para gerar suas “histórias” e “sinceridades”. Toda memória, não apenas dos mais velhos, é cheia de falhas, podendo inclusive ser moldada, nos fazendo lembrar com clareza de coisas que nunca aconteceram. São as conhecidas falsas memórias.

Recentemente, outrossim, cientistas têm apontado um outro tipo de memória, muito mais maleável: a coletiva. Estudos evidenciam que eventos, situações das quais nos lembramos como grupo, estratificação também, estão sujeitas a manipulações. Assim as tais narrativas atuais (entenda-se como mentiras) dos políticos bons de bico poderão ser consideradas verdades daqui para pouco tempo ou de imediato. Nem precisavam de pesquisas para evidenciar isso. É preciso também entendermos que a mentira não tem apenas como objetivo nos fazer crer em algo específico, mas também de nos fazer esquecer o que de fato é verdade, real, com narrativas distorcidas, pois se já era assustador o princípio de Goebbels, ministro de propaganda nazista de Hitler, segundo o qual  uma mentira repetida mil vezes se torna verdade, hoje já se torna certo que  uma verdade omitida uma única vez já está no caminho de se tornar mentira.
 

* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Também é apresentador de rádio.

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