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18h00

É injusto

O 2 de Julho, vi em diversos sites de notícias, é uma data de resistência, de diversidade, de reconhecimento da grandeza e valor do povo baiano. Pessoa alguma vai questionar tais assertivas. É fato que a ação dos índios, caboclos, dos negros, das mulheres e dos soldados sob o comando de Labatut, nas batalhas baianas, foram a determinação para a nossa independência, haja vista que aqui realmente se derramou sangue por ela. A fantasia, em verdade, com o famoso quadro de Pedro Américo, com o D. Pedro I em farda de gala, desembainhando a espada e proclamando “Independência ou morte”, é lenda, por lá ninguém morreu. No entanto, vejo que essa gente que foi para a frente de batalha não pode se sentir valorizada, tendo em vista que o adorado caboclo, por exemplo, não é reconhecido em sua religiosidade, nem o negro em sua ancestralidade. Falo do culto religioso oficial da celebração, uma missa, e não de uma manifestação inter-religiosa ou várias manifestações religiosas, contemplando a laicidade do Estado brasileiro. Não se trata de bobagens, mas se queremos reconhecimento, precisamos resgatar valores reais.

Entendo que na formação do Estado brasileiro a Igreja Católica era a oficial, o próprio D. Pedro I (o do grito fake) já promulgava a Constituição do Império (1824) sob esta bênção.  O catolicismo era religião oficial e dominante. As demais religiões eram sequer respeitadas, pois eram proibidas de promoverem seus cultos publicamente, só eram toleradas em ambientes fechados. As religiões de matriz africana eram proibidas, e a polícia fazia batidas e prendia seus praticantes. O clero católico recebia salários do governo, como se fosse formado de funcionários públicos. O Código Penal proibia a divulgação de doutrinas contrárias às “verdades fundamentais da existência de Deus e da imortalidade da alma”, como pregavam o Catolicismo. Os professores das instituições públicas eram obrigados a jurarem fidelidade à religião oficial, que fazia parte dos currículos escolares. Só os filhos de casamentos realizados na Igreja Católica eram legítimos, todos os outros eram “filhos naturais”. Nos cemitérios públicos, só os católicos podiam ser enterrados. Os outros tinham de se fingir católicos ou procurarem cemitérios particulares. É, portanto, algo muito arraigado. A própria Igreja Católica avançou muito, o Papa Francisco é de uma lucidez e consciência social sem igual, mas os gestores públicos precisam internalizar essas mudanças e fazerem um trabalho de reparação e equanimidade entre as religiões, sem preferir seja por motivo de tradição ou por força política, de quantidade de votos. Não me alongo, mas vejamos as Dunas do Abaeté, que já querem e as estão chamando de “monte santo”, por força política de segmentos evangélicos, mas aí é assunto para outra oportunidade.

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